O quê esperar da saudade
daquela que anda a ver
o tempo passar na relatividade
da eternidade que não está a chegar?
O quê esperar do sentimento
ressentido por não estar vivido
entre a (des)conhecida distância
que impede o olhar, o degustar, o cheirar, o escutar e o tocar?
O quê esperar dos olhos
ao ver aquela beleza angelical
que o tempo e o cogito
lograram para o encontro?
O quê esperar da boca
ao tocar aqueles lábios desejosos
durante o estalar das línguas
nesse vaidoso embate?
O que esperar do nariz
ao se embriagar com o perfume do corpo
envolto a um eau efervescente
numa hipnose extasiante?
O quê esperar dos ouvidos
ao escutar aquela suave e doce voz
falando e cantando
da beleza do passar o dia e do pulsar da vida?
O quê esperar do tato
quando as mãos tenazes e trêmulas
cruzarem tua silhueta
traduzindo o selvagem caminho do teu corpo?
Não sei o quê esperar.
Quem sabe o eterno, e não o fugaz,
Quem sabe o fruto, e não o furto,
Quem sabe o viver, e não o morrer.
A única certeza que tenho:
é que a saudade eu quero afogar
te sentindo em todos os sentidos.
AMatzenbacher
bah, faltou ar. Lindíssimo!
ResponderExcluirAlexandre, querido,
ResponderExcluirTarefa difícil esse mês. Vou ter que escolher uma escrita dentre as muitas belas no meu vicinal. Então, quem sabe você poderia me ajudar e enviar para o e-mail ‘michelesantti@gmail.com’ o teu fragmento predileto.
Fiquei lisonjeada quando o querido QUIM postou minha escrita em seu blog. Assim, decidi adotar a ideia e de uma forma honrosa, postar os autores mais próximos: os blogueiros, meus colegas avatares.
Beijos e ótima semana,
Mih
Que a inspiração se mantenha meu caríssimo irmão! Pelos caminhos da tua amada que faz brotar o melhor do teu ser.
ResponderExcluirAbração