quarta-feira, 27 de abril de 2011

(des)encontroS


"A vida é a arte do encontro,
embora haja tanto desencontro pela vida".


Vinicius de Moraes e Baden Powell, in "Samba da Benção".

segunda-feira, 25 de abril de 2011

nascemos com sorte



"Imagine o que seria se um homem tivesse de tentar matar a lua todos os dias", pensou o velho. "A lua corre depressa. Mas imagine só se um homem tivesse de matar o sol. Nascemos com sorte".

Do livro do mês, "O VELHO E O MAR", de Ernest Hemingway.

sábado, 23 de abril de 2011

Amor sí


Cuando dos cuerpos se unen para amar,
se quema más despacio la soledad de la tierra.
De corazón a corazón, de hueso a huseo,
saltan pájaros ardiendo como puñales
piel del mundo o deseo donde a carne gime,
un gran río desnudo de inesperados crisantemos.
Cuando dos cuerpos se aprietan como bocas,
se empujam como voraces cataratas al rumor de la vida
perdiendo un posible contacto con la muerte que espera,
que sobre el olvidado planeta a lo lejos refulge
como un fantasma solitario y oculto.
Hombre o mujer, árboles vibrantes,
hirvientes besos estrujados y un ángel.

Amarse es poseer la tiera sin sombras para siempre.


José Luis Hidalgo, in "Los Animales" (España).

quarta-feira, 20 de abril de 2011

precisando de...


SERENIDADE para aceitar aquilo que não podemos mudar,
CORAGEM para modificar aquilo que podemos, e
SABEDORIA para distinguirmos uma das outras.

terça-feira, 19 de abril de 2011

no metter who you are, no metter when you go in your life, at some poit you gonna need somebody to stand by you...


When the night has come
and the land is dark
and the moon is only ligth we'll see

No i won't be afraid, no i won't be afraid
just as long, as you stand, stand by me
and darling, darling, stand by me, oh stand by me
stand by me, stand by me

If the sky, that we look upon
should tumble and let fall
and the mountains should crumble to the sea

I won't cry, i won't cry, no i won't shed a tear
just as long, as you stand, stand by me
and darling, darling, stand by me, oh stand by me, oh stand by me
stand by me, stand by me

Whenever you're in trouble won't you stand by me, oh stand by me
stand by me, stand by me, stand by me

Darling, darling, stand by me, oh stand by me
stand by me, stand by me, stand by me

Whenever you're in trouble won't you stand by me, oh stand by me
stand by me, stand by me, stand by me


"STAND BY ME", by John Lennon.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A paixão de Nina in "Cisne Negro"


CONTEXTUALIZANDO
Para começar, quero deixar claro que não sou um cinéfilo. Adoro cinema, mas não tenho vastos conhecimentos, e isso se dá em razão da escolha do quê fazer com o tal do tempo. Todavia, na quarta-feira de cinzas, arrumei um tempo na minha agenda e fui ao cinema assistir o filme “Cisne Negro”. Sabia que o filme tinha sido indicado ao Oscar, na categoria de melhor filme, e que Natalie Portman ganhou o prêmio da Academy Awards de melhor atriz. Confesso que fiquei curioso em assistir o filme, pois queria ver a atuação, premiadíssima, da pequena Natalie Portman.
Conheci a Natalie no filme “Closer” (baita filme, por sinal), e esses dias, comentando sobre o filme com um amigo, fiquei sabendo que o início da carreira dela se deu no filme “O Profissional” (que ainda não assisti, mas assistirei). Ou seja, ela já era mais conhecida há tempos.
Outro amigo foi assistir e disse que o filme era “muito bom”, pois tinha música boa, enredo bom e um final surpreendente, daqueles que não dariam uma propaganda de margarina. Assim, me interessei ainda mais, lembrando que um filme para ser (no mínimo) “bom” tem que transcender as cenas da película e entrar no cérebro da gente para que possamos pensar “o” filme. Então, com a curiosidade engatilhada e a agenda organizada, tinha tudo para ir ao cinema. Quer dizer, quase tudo... Enfim, ingressos comprados, fomos assistir o “Cisne Negro”.

O QUE REALMENTE INTERESSA, É QUANDO O FILME COMEÇA...
Nina (que é a Natalie) é a bailaria quase-perfeita. Ou melhor, uma bailarina quase-morta. Daquelas que ficam dançando ao som de uma musiquinha de ballet naquelas caixas de jóias antigas que as gurias guardam suas bijouterias, muito mais que jóias. Porque embora bonitinha, é aquela mesmice de sempre. A mesma música, os mesmos passos, a mesma feição. A perpetuação da mesmice, a morte estando vivo. E é justamente aqui que reside a quase-perfeição, pois para obter a perfeição é necessário ter uma dose de insanidade. O perfeito é onírico. Só existirá com essa dose de insanidade que liberta os grilhões da filosofia da consciência maniqueísta e binômica permitindo a experiência coexistente (e constante para alguns) de sentir-e-viver. Sim porque, sentir é uma coisa, viver é outra. E sentir que se vive é a experiência avassaladora da comunhão perfeita entre a razão e a emoção. Ou melhor, o gozo harmônico e concomitante dos elementos humanos que Descartes pensou (erroneamente) serem completamente dissociáveis.
Nina era a bailarina quase-perfeita, pois só se preocupava com o passo correto no compasso exato da música. E na verdade, isso é a perfeição para quem pensa que entende de ballet (e das artes em geral). E Nina se achava perfeita e esperava o momento certo para ser convidada a ser a estrela. Só que para ser estrela, não se pode esperar um convite: ou se é, ou se torna por conta própria. Nina só queria uma oportunidade para demonstrar que era uma bailarina “perfeita”. Teve a oportunidade, mas não foi perfeita, porque sua perfeição eram passos e movimentos simétricos às cordas e bordões da orquestra. Faltava-lhe a naturalidade (condicional e condicionante) humana.
Insatisfeito, Leroy (Diretor Artístico da escola de ballet) torna-se o agente provocador, infiltrando-se, não na técnica artística de Nina, mas no circuito razão-emoção. Isso porque Nina era a perfeita “Cisne Branco” e a imperfeita “Cisne Negro”. E o curto-circuito se perfectibiliza na frase que ele fala para ela ainda na primeira metade do filme: “the only person standing in your way is you” (“A única pessoa existente no meio do teu caminho és tu mesmo”). Putaquepariu. Frase objetiva, complexa, forte, sincera e assustadora. E, justamente por isso, ver-da-dei-ra. O thriller psicológico não se instaura entre os personagens diretamente, mas no (infinito) particular de Nina. E essa prov(oc)ação para (se) sentir a Cisne Branco e (se) sentir a Cisne Negro é a impulsão do salto para a vida (glória). Surge a paixão.
Não adianta ter uma oportunidade nas mãos se não se tem a paixão para agarrá-la, aproveitá-la e vivê-la. É a irracionalidade, a condição animal que move o ser humano, que faz com que fiquemos naquele ímpeto de querer e fazer, e não deixar a idéia apenas no campo do pensar e imaginar, no mundo das vontades, no mundo de fantasia, onde a ilusão habita e a falta de coragem não possibilita o êxito ou o fracasso. Na paixão é assim, se há o feedback dá certo, se não há, não dá e ponto. Não existe meio-termo para paixão. Ou se está apaixonado ou não se está apaixonado e ponto final.
Nina amava o ballet mas faltava a paixão de viver-o-ballet. Ela não tinha se apaixonado pelo próprio amor que a fazia acordar todos os dias. E pela pressão de Leroy, Nina acaba desenvolvendo uma esquizofrenia que, para mim, é completamente secundária para o desenrolar do filme. O problema psicológico de Nina não é o foco do filme. Seus pensamentos, seus devaneios, seus delírios, que transformam suas ações em busca de viver e não alcançar a perfeição a partir da técnica tão somente é que são, pois transcende a mera subjetividade cerebral dando comando de ação e atitude àquela bailarina doce, certinha e imperfeita. A esquizofrenia (im)posta à Nina é o que a permite apaixonar-se e, conseqüentemente, viver.
Não é o movimento que define a perfeição, é o fazer o movimento que possibilita atingir o que se quer. E como possibilidade, pode dar certo ou não. Conhecimento, técnica, habilidade e atitude podem definir o talento “naturalizado”. O talento “nato” só existe enquanto paixão. E a paixão tem dois lados: o “amor” e o “ódio”. E somente com a dosagem correta desses elementos é que a paixão transforma-se na glória e o talento se (re)vela, naturalmente, para o mundo. E somente usando as pipetas cerebrais e emocionais, para calibrar mais um deles em detrimento do outro elemento em determinado momento, é que a (almejada) perfeição surgirá tal como a chuva que cai lá fora.
A paixão é irracional, enquanto o amor só pode ser vivido se racionalizado. Na peça (a vida real) não há somente espaço para a racionalidade. Como diria Hegel, “nada de grande no mundo se realiza sem paixão”. E é por isso que as ações mais (in)pensadas são tomadas na condição de (ser-)apaixonado.
Não bastava que dissessem à Nina. Era necessário que ela sentisse. E para sentir é necessário viver. Não estar vivo, mas vi-ver. Tem que ser um apaixonado para fazer as coisas darem certo, mesmo que dêem errado. E aqui não conseguimos fugir do código binário: é ou não é. Se está, ou não se está. É o autoconhecimento puro.
Tal como disse Vinicius em seu soneto terceiro no “Tríptico na Morte de Sergei Mikhailovitch Einstein”: “O cinema é o que não se vê, é o que não é. Mas resulta: a indizível dimensão”. O filme é, minimamente, EXTRAORDINÁRIO. Essa indizível dimensão, da paixão, é exatamente “sentir-se vivo”. Seja pelas palavras de Clarice, seja pelo ballet apaixonado (e apaixonante) de Nina, já sabemos (e por vezes não fazemos), que é aquela velha estória: ou toca, ou não toca. E para sentir-se vivo, deve-se conhecer a morte (ainda que somente enquanto fim). SENTI.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Para descontrair um pouco

Vênus e Marte - Sandro Botticelli

CURSO SÓ PARA HOMENS - INSCRIÇÕES ABERTAS - "VAGAS LIMITADAS"
Devido à complexidade e dificuldade de assimilação dos temas, os cursos terão um máximo de 08 (oito) participantes por sala. As inscrições estarão abertas durante a próxima semana.

SERÃO OS SEGUINTES TEMAS:

TEMA 1- Como se enche as fôrmas de gelo.
(Passo a Passo, com apresentação de slides).

TEMA 2- O rolo de papel higiênico: será que nasce no porta-rolos?
(Mesa redonda)

TEMA 3- É possível urinar levantando a tampa e sem respingar no vaso?
(Práticas em grupo)

TEMA 4- Diferenças fundamentais entre o cesto de roupa suja e o chão.
(Desenhos e gráficos esclarecedores)

TEMA 5- A louça do almoço: levita sozinha até a pia?
(Exemplos em vídeo)

TEMA 6- Perde-se a identidade se não tiver na mão o controle remoto?
(Debate com um psicólogo)

TEMA 7- Fazer a mala: incompetência nata ou incapacidade mental progressiva?
(Iniciação lúdica)

TEMA 8- Como aprender a encontrar coisas, começando por procurar no lugar certo em vez de remexer a casa toda aos gritos?
(Passo a passo, e exercícios de memorização)

TEMA 9- Oferecer flores à namorada não é prejudicial à saúde.
(Gráficos e montagem audiovisual)

TEMA 10- Os verdadeiros homens também pedem orientações a estranhos quando se perdem. (Depoimentos verídicos de  comprovados machos e conferência)

TEMA 11- O homem no lugar de co-piloto: é geneticamente possível não dar compulsivamente palpites durante as manobras de estacionamento!
(Palestra e meditação em grupo)

TEMA 12- Aprendendo a viver: diferenças básicas entre mãe e esposa.
(Aula virtual com prática presencial)

TEMA 13- Como ser acompanhantes em shoppings, sem protestar.
(Exercícios de relaxamento e autocontrole)

TEMA 14- Como lutar contra a atrofia cerebral: recordar aniversários, outras datas importantes e telefonar quando se atrasa.
(Dinâmica em grupo)

ENCERRAMENTO DO CURSO E ENTREGA DE DIPLOMAS AOS SOBREVIVENTES.


*Recebi o "informativo" do curso via e-mail agora. Que sacanagem não?! Rs...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sonhos...


"Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente pra fazê-la feliz".

Clarice Lispector