terça-feira, 29 de março de 2011

descanse em paz meu Amigo...


É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
Porque se você para pra pensar, na verdade não há.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Esperança...


"Depois da guerra, pensava eu, restavam apenas cinzas, destroços sem íntimo. Tudo pesando, definitivo e sem reparo. Hoje sei que não é verdade. Onde restou o homem sobreviveu semente, sonho a engravidar o tempo. Esse sonho se ocultou no mais inacessível de nós, lá onde a violência não podia golpear, lá onde a barbárie não tinha acesso. Em todo este tempo, a guerra guardou, inteiras, as suas vozes. Quando se lhes impôs o silêncio elas mudaram de mundo. No escuro permaneceram lunares. Estas estórias [que ele vai contar no livro] falam desse território onde vamos refazendo e vamos molhando de esperança o rosto da chuva, água abensonhada. Desse território onde todo homem é igual, assim: fingindo que está, sonhando que vai, inventando que volta".


Mia Couto, in "Estórias Abesonhadas".

domingo, 13 de março de 2011

Surdos (?)


"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música".

Friedrich Nietzsche

terça-feira, 8 de março de 2011

O homem e a mulher


O homem é a mais elevada das criaturas, a mulher é o mais sublime dos ideais.

Deus fez para o homem um trono, para a mulher um altar. O trono exalta, o altar santifica.

O homem é o cérebro, a mulher o coração, o amor. A luz fecunda, o amor ressuscita.

O homem é o gênio, a mulher o anjo. O gênio é imensurável, o anjo indefinível.

A aspiração do homem é a suprema glória, a aspiração da mulher, a virtude extrema. A glória traduz grandeza, a virtude traduz divindade.

O homem tem a supremacia, a mulher a preferência. A supremacia representa força, a preferência representa o direito.

O homem é forte pela razão, a mulher invencível pelas lágrimas. A razão convence, a lágrima comove.

O homem é capaz de todos os heroísmos, a mulher de todos os martírios. O heroísmo enobrece, os martírios sublimam.

O homem é o código, a mulher o evangelho. O código corrige, o evangelho aperfeiçoa.

O homem é o templo, a mulher, um sacrário. Ante o templo, nos descobrimos. Ante o sacrário ajoelhamo-nos.

O homem pensa, a mulher sonha. Pensar é ter cérebro, sonhar é ter na fronte uma auréola.

O homem é um oceano, a mulher um lago. O oceano tem a pérola que embeleza, o lago tem a poesia que deslumbra.

O homem é a águia que voa, a mulher o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço, cantar é conquistar a alma.

O homem tem um fanal: a consciência. A mulher tem uma estrela: a esperança. O fanal guia, a esperança salva.

Enfim, o homem está colocado onde termina a terra, a mulher onde começa o céu.

 VICTOR HUGO

 PS: Uma pequena homenagem através de uma grande comparação para vocês, MULHERES, nesse 08 de março de 2011. Beijos!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Vida longa!

Para mim, as datas mais especiais do ano são: o meu aniversário e o reveillon.
Adoro aniversários. O meu então, bah! Todos os anos, nos últimos 28 anos, o dia 02 de março é mágico para mim, como se eu ainda fosse uma criança, esperando que algo grandioso fosse acontecer no dia do aniversário. E a grandiosidade sempre esteve no carinho das relações interpessoais. Hoje entendo que é por isso que o dia do aniversário é mágico. E justamente por isso, fazer uma festa para receber os amigos queridos é algo que faço questão de fazer.
Nesse ano de 2011, não poderia ser diferente. As comemorações se iniciaram já no dia 01/03, quando no horário do intervalo da aula de Direito Processual Penal III na Turma D28, os alunos entraram com uma torta e cantando os parabéns. Fiquei muito feliz com a homenagem. No ano passado, foi a turma D34 que me rendeu a homenagem. Também recebi um caloroso parabéns da Turma D29 ontem à tarde no intervalo da aula.
Recém chegou às 23:00 de 01/03, já comecei a receber algumas mensagens e uma ligação me parabenizando (aqui o fuso horário difere em 1hora do horário de Brasília). Acordei com meu Pai me ligando lá de Passo Fundo (tchê!) às 07:30 para me parabenizar. Aqui eram 06:30 recém! Depois disso, recebi parabéns via sms, twitter, ligações, das pessoas que encontravam e sabiam que era meu aniversário e pelo facebook. Falando em facebook, me surpreendi ontem com ele (é que não sei usar ainda). Foi uma ferramenta que possibilitou diversas pessoas me alegrarem ainda mais, mandando congratulações, beijos e abraços. Pessoas que há muito tempo não via, pessoas de diversos lugares e pessoas que sequer conheço pessoalmente. A cada mensagem minha euforia aumentava, pois sentia o "calor" do abraço, ainda que virtualmente.
Como todo ano acontece, é óbvio que sempre tem aquelas pessoas que esquecem do nosso aniversário. Algumas esquecem de propósito, outras simplesmente não lembram. Sempre tem aqueles convidados que não comparecem (né Carol, Rogério, Diego, Cris, Márcio, Ju, Fred, Domingues, Souza, Camila, Fábio, Cris, Santos, Temis, Rodolfo, Alencar). E sempre tem aqueles que mesmo querendo (pela distância), não puderam estar aqui comigo pessoalmente (Paulinho, Cla, Osmar, Israel, Gabriel, Germano, Renata, Paulo, Luiz Fernando, Mariane, Lopes, Elisa, Munhoz, Ana, Julio, Carol, Candi, Grasi, Mariana e toda a family).
Quando eu morava no sul, eu era a única pessoa que eu sabia que fazia aniversário no dia 02/03. Aqui, no ano passado encontrei a Dani que faz também. E ontem, ainda encontrei a Arícia que também faz aniversário no dia 02/03. Então, reitero os parabéns a elas!
Seguem algumas imagens da recepção que fiz ontem à noite para alguns amigos no "Debate Bar e Restaurante" [aproveito para agradecer ao Carioca (proprietário) e sua equipe pela organização e pela costumeira qualidade no atendimento de seus clientes].

VIDA LONGA!



Na surpresa da Turma D28:


Amigos, até o próximo em 2012!!!
Se Deus quiser.

terça-feira, 1 de março de 2011

El sueño del celta

Pôr-do-Sol no oceano pacífico, visto do restaurante Tony Roma's,
no Larcomar Shopping, bairro de Miraflores, em Lima/Peru.
 
Em 2010, o prêmio Nobel de Literatura foi destinado ao peruano Mario Vargas Llosa. Já tinha ouvido falar dele mas nunca tinha lido uma dele. Às vezes, penso que só damos importância para um escritor quando ele é vencedor do Nobel ou então quando parte deste mundo para outro (se é que existe). E até confesso que com Mario Vargas Llosa foi assim. Ele não estava na minha listinha de autores que admiro ou dos que pretendo ler. Então, por curiosidade, comprei o último livro dele lançado no Brasil: "Sabres e Utopias". Contudo, ainda não o li. Está aqui no canto da minha escrivaninha junto com os outros comprados e não-lidos. Vejo que na pilha até há alguns já lidos, mas, como está faltando espaço para guardá-los nas prateleiras, ficam ali mesmo. Enfim, no começo desse ano, fui passar um final de semana no Peru. Em Lima precisamente. E diga-se de passagem, Lima é uma metrópole litorânea com lugares lindíssimos, especialmente o charmoso (e turístico) bairro de Miraflores (já fica a dica de viagem!). Então, como de costume, sempre que viajo para algum lugar pela primeira vez sempre tenho que comprar, pelo menos, três coisas: um bibelô que represente o lugar para colocar na estante; um livro de um escritor da região ou do país; e, um cd com músicas típicas. Comprei um casal de barro da cultura "mochica", um cd de salsa (deixei de lado aquele cd daqueles peruanos que sempre estão na praça Marechal Floriano em Passo Fundo/RS), um livro de poemas de escritores peruanos e o último livro do Mario Vargas Llosa lançado no Peru: El sueño del celta. Voltei para o Brasil e comecei a ler a obra no início desse mês. E a narrativa que começa no Congo em 1903 e termina num cárcere de Londres em 1916, é fantástica. A para não perder o real sentido, não vou traduzir o resumo da "ópera" de Llosa: "Se cuenta la peripecia vital de un hombre de leyenda: el irlandés Roger Casement. Héroe y villano, traidor y libertario, moral e inmoral, su figura múltiple se apaga y renace tras su muerte. Casement fue uno de los primeros europeos en denunciar los horrores del colonialismo. De sus viajes al Congo Belga y la Amazonía sudamericana quedaron dos informes memorables que conmocionaron a la sociedad de su tiempo. Estos dos viajes y lo que allí vio cambiarían a Casement para siempre, haciéndole emprender otra travesía, en este caso intelectual y cívica, tanto o más devastadora. La que lo llevó a enfrentarse a una Inglaterra a la que admiraba y a militar activamente en la causa del nacionalismo irlandés. También en la intimidad, Roger Casement fue un personaje múltiple: la publicación de fragmentos de unos diarios, de veracidad dudosa, en los últimos días de su vida, airearon unas escabrosas aventuras sexuales que le valieron el desprecio de muchos compatriotas. El sueño del celta describe una aventura existencial, en la que la oscuridad del alma humana aparece en su estado más puro y, por tanto, más enfangado". Agora, folheando "Sabres e Utopias", pensei: ainda bem que não comecei lendo o Llosa por essa obra, que se trata de uma crítica sobre a América Latina (importantíssimo lê-la, mas não é a fase de leitura que estou no momento). A leitura de uma biografia de alguém que teve coragem de denunciar para a Europa do início do século XX a subversão belga para a instalação da "civilização" no Congo e as denúncias feitas sobre a violência e a exploração humana no Peru, e que acreditava na Coroa Britânica (Roger Casement ganhou até o título de "sir"), militando pelo nacionalismo irlandês, nos mostra os caminhos tortuosos de uma vida de comprometimento com o próprio objetivo de vida. Sei que sou um entusiasta e um emocionado em relação a alguns assuntos, mas fica aqui a indicação da biografia apresentada por Mario Vargas Llosa.

Sir Roger Casement