Pôr-do-Sol no oceano pacífico, visto do restaurante Tony Roma's,
no Larcomar Shopping, bairro de Miraflores, em Lima/Peru.
Em 2010, o prêmio Nobel de Literatura foi destinado ao peruano Mario Vargas Llosa. Já tinha ouvido falar dele mas nunca tinha lido uma dele. Às vezes, penso que só damos importância para um escritor quando ele é vencedor do Nobel ou então quando parte deste mundo para outro (se é que existe). E até confesso que com Mario Vargas Llosa foi assim. Ele não estava na minha listinha de autores que admiro ou dos que pretendo ler. Então, por curiosidade, comprei o último livro dele lançado no Brasil: "Sabres e Utopias". Contudo, ainda não o li. Está aqui no canto da minha escrivaninha junto com os outros comprados e não-lidos. Vejo que na pilha até há alguns já lidos, mas, como está faltando espaço para guardá-los nas prateleiras, ficam ali mesmo. Enfim, no começo desse ano, fui passar um final de semana no Peru. Em Lima precisamente. E diga-se de passagem, Lima é uma metrópole litorânea com lugares lindíssimos, especialmente o charmoso (e turístico) bairro de Miraflores (já fica a dica de viagem!). Então, como de costume, sempre que viajo para algum lugar pela primeira vez sempre tenho que comprar, pelo menos, três coisas: um bibelô que represente o lugar para colocar na estante; um livro de um escritor da região ou do país; e, um cd com músicas típicas. Comprei um casal de barro da cultura "mochica", um cd de salsa (deixei de lado aquele cd daqueles peruanos que sempre estão na praça Marechal Floriano em Passo Fundo/RS), um livro de poemas de escritores peruanos e o último livro do Mario Vargas Llosa lançado no Peru: El sueño del celta. Voltei para o Brasil e comecei a ler a obra no início desse mês. E a narrativa que começa no Congo em 1903 e termina num cárcere de Londres em 1916, é fantástica. A para não perder o real sentido, não vou traduzir o resumo da "ópera" de Llosa: "Se cuenta la peripecia vital de un hombre de leyenda: el irlandés Roger Casement. Héroe y villano, traidor y libertario, moral e inmoral, su figura múltiple se apaga y renace tras su muerte. Casement fue uno de los primeros europeos en denunciar los horrores del colonialismo. De sus viajes al Congo Belga y la Amazonía sudamericana quedaron dos informes memorables que conmocionaron a la sociedad de su tiempo. Estos dos viajes y lo que allí vio cambiarían a Casement para siempre, haciéndole emprender otra travesía, en este caso intelectual y cívica, tanto o más devastadora. La que lo llevó a enfrentarse a una Inglaterra a la que admiraba y a militar activamente en la causa del nacionalismo irlandés. También en la intimidad, Roger Casement fue un personaje múltiple: la publicación de fragmentos de unos diarios, de veracidad dudosa, en los últimos días de su vida, airearon unas escabrosas aventuras sexuales que le valieron el desprecio de muchos compatriotas. El sueño del celta describe una aventura existencial, en la que la oscuridad del alma humana aparece en su estado más puro y, por tanto, más enfangado". Agora, folheando "Sabres e Utopias", pensei: ainda bem que não comecei lendo o Llosa por essa obra, que se trata de uma crítica sobre a América Latina (importantíssimo lê-la, mas não é a fase de leitura que estou no momento). A leitura de uma biografia de alguém que teve coragem de denunciar para a Europa do início do século XX a subversão belga para a instalação da "civilização" no Congo e as denúncias feitas sobre a violência e a exploração humana no Peru, e que acreditava na Coroa Britânica (Roger Casement ganhou até o título de "sir"), militando pelo nacionalismo irlandês, nos mostra os caminhos tortuosos de uma vida de comprometimento com o próprio objetivo de vida. Sei que sou um entusiasta e um emocionado em relação a alguns assuntos, mas fica aqui a indicação da biografia apresentada por Mario Vargas Llosa.
Sir Roger Casement
Ele vale ser lido...sugiro "Travessuras da Menina Má", de 2006. Um abraço!
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