Logo após as minhas pequenas mortes,
uma Sibéria enorme desliza em minha pele:
são os desencontros quando te encontro
- e fecho os olhos
sentindo o teu abraço leve.
Logo após as minhas pequenas mortes,
sou escaleno, escuro, esfera:
ex-fera,
pálido, na caminhada
- e fecho os olhos
implorando os teus afagos.
Logo após as minhas pequenas mortes,
não desejo o momento eterno,
e sim a morte e o tempo,
carcomidos pelo gozo do espanto,
sem prantos ou mungangos,
só encantos
- e fecho os olhos
querendo sempre o fim.
Logo após as minhas pequenas mortes,
uma vontade enorme
- e fecho os olhos
querendo um simples beijo.
Eduardo Pragmácio Filho, in "Oblívio da Ilusão".
Nós devemos morrer, mas na hora certa. A morte só não é aterrorizante quando a vida já se consumou. Já consumou a sua vida? - Eu já consegui muitas coisas! -Mas já aproveitou a vida? Ou deixou-se levar por ela? (...) E se toda a vida que você viveu no passado, você tivesse direito de viver tudo de novo, porém inúmeras vezes mais, e não haverá nada novo nela,cada dor, cada alegria, cada coisa minúscula ou grandiosa retornaria pra você mesmo!A mesma sucessão, a mesma sequência, várias e várias vezes (...)imagine o infinito. Considere q cada ato q vc escolher, você escolherá para sempre! Então toda a vida não vivida permaneceria dentro de vc, não vivida! Gosta dessa ideia ou detesta? Escolha...
ResponderExcluir[Nietzsche in "Quando Nietzsche Chorou"]
p.s.: "Logo após as minhas pequenas mortes,
uma vontade enorme - e fecho os olhos querendo um simples beijo..."[2]
Lindo o texto.
Beijos
... um simples beijo. [2]
ResponderExcluirPor que então complicamos tanto?
Adorei!
Beijo!
Que lindo!!!
ResponderExcluirE da morte se abre a luz para a vida de um beijo que acende a vela de todo o desejo.
ResponderExcluirJorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 08/10/2010
Oi,
ResponderExcluirTudo bem?
Esse é o novo endereço do meu blog:
http://enomeiodafuga.blogspot.com/
Beijos e bom final de semana.