quinta-feira, 8 de setembro de 2011

SINCRONICIDADE



PRIMEIRO ATO: o questionamento.

Quantas vezes nos deparamos com determinadas situações, envolvendo ninguéns (des)interessados, alguéns (des)conhecidos, que por algum "q", sem qualquer evidência ou certeza a priori, simplesmente nos marcam?

SEGUNDO ATO: o conceito.

SINCRONICIDADE. Jung disse que o "fenômeno da sincronicidade é constituído, portanto, de dois fatores 1) Uma imagem inconsciente alcança a consciência de maneira direta (literalmente) ou indireta (simbolizada ou sugerida) sob a forma de sonho, associação ou premonição 2) Uma situação objetiva coincide com este conteúdo" (JUNG, C.G. Sincronicidade. Petrópolis: Vozes, 1971, p. 25).

TERCEIRO ATO: o encontro d'ela com ele.

Há um lapso temporal atrás, ela surgiu, radiante. Radiante. Não tem outra palavra que possa descrever aquela graciosidade em forma de ser humano. Ab initio, ele sentiu que aquele "secreto de sus ojos" escondiam, ao passo que também desnudavam, uma missão fundamental

QUARTO ATO: o (des)encontro d'ele com ela.

"Te levarei no aeroporto" estava no sms que ele recebeu. Os ponteiros do relógio passaram... chamar um táxi se fez necessário para não correr o risco dele perder o voo de volta. Ainda pensou: despedidas em aeroportos, portos, estações ferroviárias, estações rodoviárias, são muito emocionantes. Doce ilusão, esperar que despedidas podem ser somente boas ou más, pois elas traduzem um estado do espírito em que, maniqueísticamente, não é possível dar fim. 
Ele não queria nada além daquele sorriso. Além daqueles olhos olhando para ele, harmonizando com a formação na face aquela dança que É o sorriso dela. Mas a flecha (ou não), implacável, impediu que o momento desse encontro se concretizasse. 
Ele sentira o vento invadindo os espaços e o levando dali. 
Ele já previra esse desfecho. 
Mas ele também sabia (não se sabe como) que, se a encontrasse novamente, a (doce) ilusão anterior se transformaria em realidade presente, em tempo verossímil, em sentir vivido.

QUINTO ATO: a perfectibilização do conceito.

Uma translação após, numa quinta-feira qualquer, o embate. E a situação objetiva, no sótão daquele restaurante, coincidiu com o conteúdo inconsciente de maneira direta. Só isso. Nada mais do que isso. Tudo isso. E o sorriso permanece, aqui, e ali. 

SIN-CRO-NI-CI-DA-DE.

SEXTO ATO: o nada e o tudo.

"O 'nada' é, evidentemente, o 'sentido' ou a 'finalidade', e chama-se nada justamente porque em si ele não aparece no mundo dos sentidos, mas é apenas o seu organizador" (JUNG, Sincronicidade, 1971, p. 55).

SÉTIMO ATO: o cara.

O Paulinho [(www.entrehermes.blogspot.com) padrinho do meu BLOG] é foda, porque me  presenteou com essa obra quando estive em Bal. Camboriú no início do mês passado para uma palestra, e me apresentou , definitivamente, para o tal de Jung. E esse "TAO" aí tem razão. E como tem. Foda também.

Um comentário:

  1. que maravilha nene, a coisa toda está ao nosso redor, bastam apenas as lentes certas para associar causas sem "causa" aparente.
    Grande abraço irmão

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