domingo, 19 de setembro de 2010

Na linha das "tríades"

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[...]

ELA – Não é uma boa idéia. Não devia ter me seguido até aqui.
ELE – Você se sente culpada? (a resposta vem com um olhar)
ELA – E você? (a resposta é o encontro dos lábios)
A constatação da realidade – O momento da decisão – Os instintos
ELA – Não podemos fazer isso.
ELE – Eu sei.
O desejo – O medo e o resquício de racionalidade – A coragem e a liberdade de sentir   
ELA – Isso não levará a lugar algum.
O céu – A chuva – A terra – Os corpos – A respiração – Os sentidos – O momento avassalador

Diálogo do filme "MATCH POINT" de Woody Allen.

4 comentários:

  1. Aaah! E eu achando que era teu! Já ia dizer que tinhas que explorar essa inclinação para o "romance"! rs
    Interessante como até o último instante é a mulher que contém o desejo (que também sente). Ao homem o que mais importa é usufruir (ou será que é refém do seu desejo?)
    Adorei!
    Beijos e boa semana!

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  2. Lú! Sou tímido! Mas estou criando coragem para publicar alguns pensamentos. Aproveito para agradecer o encorajamento que me trazes através das tuas palavras.
    As mulheres são mais resistentes a se entregar a um devaneio inesperado, mesmo sendo, naturalmente, mais emotivas. E essa parcela instantânea de racionalidade, a qual cria uma contradição misteriorsa, é o que as fazem tão...

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  3. Alexandre:
    Embora não pareça, também sou tímida. Ocorre que escrever me liberta. E tenho um lado meio "undergroud" que preciso colocar pra fora. Sei que é preciso coragem para pisar no tapete. Até hoje fico em dúvida se publico ou não algumas coisas, como foi o caso do post "Fantasia"... Quem não corre riscos já morreu! C'est la vie!

    Quanto ao post, penso que nós, mulheres, fazemos charme e muitas vezes dizemos 'não', querendo dizer 'sim'... o pior é que vcs adoooooram! rsrs

    Sobre o comentário no meu blog, lembrei-me do poema que não sei se conheces. Como é longo, queria mandar por e-mail, mas como não achei no teu perfil, deixo aqui.

    ÍTACA

    Se partires um dia rumo a Ítaca,
    Faz votos de que o caminho seja longo,
    Repleto de aventuras, repleto de saber.
    Nem Lestrigões nem os Cíclopes
    Nem o colérico Poseidon te intimidem;
    Eles no teu caminho jamais encontrarás
    Se altivo for teu pensamento, se sutil
    Emoção teu corpo e teu espírito tocar.
    Nem Lestrigões nem os Cíclopes
    Nem o bravio Poseidon hás de ver,
    Se tu mesmo não os levares dentro da alma,
    Se tua alma não os puser dentro de ti.
    Faz votos de que o caminho seja longo.
    Numerosas serão as manhãs de verão
    Nas quais, com que prazer, com que alegria,
    Tu hás de entrar pela primeira vez em um porto
    Para correr as lojas dos fenícios
    E belas mercancias adquirir:
    Madrepérolas, corais, âmbares, ébanos,
    E perfumes sensuais de toda espécie,
    Quanto houver de aromas deleitosos.
    A muitas cidades do Egito peregrina
    Para aprender, para aprender dos doutos.
    Tem todo tempo Ítaca na mente.
    Estás predestinado a ali chegar.
    Mas não apresses a viagem nunca.
    Melhor muitos anos levares de jornada
    E fundeares na ilha velho enfim,
    Rico de quanto ganhaste no caminho,
    Sem esperar riquezas que Ítaca te desse.
    Uma bela viagem deu-te Ítaca.
    Sem ela não te ponhas a caminho.
    Mais do que isso não lhe cumpre dar-te.
    Ítaca não te iludiu, se a achas pobre.
    Tu te tornaste sábio, um homem de experiência,
    E agora sabes o que significam Ítacas.
    (Konstantinos P. Kaváfis)
    Tradução: José Paulo Paes

    Beijos,
    Lú.

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  4. Lú,
    realmente, "quem não corre riscos já morreu". É a pulsão de morte que Freud nos explica.
    E no contato a dois (antes mesmo de qualquer início de relacionamento), a pulsão de vida é o que nos move e por vezes nos consome.
    É claro que essa contradição (natural) de vocês mulheres são a mola propulsora dos nosso pensar, do nosso agir e do nosso sentir!
    Conheço o poema sim! E por isso fiz o comentário sobre ele no teu BLOG. Mas agradeço, imensamente, a lembrança e o envio!
    Beijo,

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