sábado, 11 de setembro de 2010

Saindo do útero paterno


"O Nascimento do Mundo" - Salvador Dalí

[...] Ontem de meio-dia, almoçando com Ivanna e Ianna, prenunciei esse nascimento... Mas, "prematuramente", hoje, 11 de setembro de 2010, na capital federal, em Brasília - DF, do útero racionalmente ilusório que todo homem carrega dentro de si, nasce o BLOG "(in)PERSONAE". O nascimento se dá em razão da curiosidade inside e outside do (ser)humano. Curiosidade pelo "outro". Curiosidade para compreender (e não entender) a persona, que provém, originariamente, do grego personae, que significava máscara. Deixo claro que para mim, o cordão umbilical de "entender" é ligado à razão, enquanto o de "compreender" é ligado à emoção. É óbvio que não atingirei o objetivo agora elencado. Na verdade nem é um objetivo, mas soa como tal, já que a curiosidade colocada como uma direção fica revestida, ainda que (in)diretamente, por uma palavra para dar o norte (ou o sul) daquilo que (não) se pretende. Então afirmo, desde já, que não tenho a pretensão de atingir nenhum objetivo. Muito pelo contrário, não quero atingí-lo, seja pela recusa da palavra "objetivo", seja pela limitação, seja pela impossibilidade de entender aquilo que só se pode compreender (e aqui reside o ponto de gestação).
Então, o quê me interessa? O que interessa é o caminho. O caminho que percorrerei para, quiçá, saciar parte de minha curiosodade, ou apenas tentar saciar essa curiosidade humana-mundana. O que já me basta, pois estarei ca-mi-nhan-do.
Por isso, deixo claro que este não é um BLOG jurídico como o outro que mantenho, "As Ciências Criminais em Debate"  (http://www.profmatzenbacher.blogspot.com/), mas um BLOG que serve a poesia, a arte, a música, a paixão, a literatura, aos devaneios, as (des)ilusões, ao amor, aos sonhos, aos instintos, aos pensamentos, aos impulsos, as emoções, as repulsas, enfim, todas as "coisas" nas quais a racionalidade deve ser deixada de lado. E é exatamente por isso que o nome do BLOG é "(in)PERSONAE": por dentro e/ou por fora da(s) máscara(s). Porque o humano só é ser(-humano) quando está com sua(s) máscara(s). É difícil de acreditar? Pois aqui, fica o úlitmo resquício de racionalidade, porque é verdade.
Há tempos queria fazer um BLOG assim, mais... mais... "humano" ou "poético" por assim dizer. Dá para endender? É que a vida jurídica, embora apaixonante e indivorciável, é incompleta. E para entender algumas coisas, somente é possível a partir do local onde a racionalidade não impera. Ainda que Descartes tenha usado a dúvida hiperbólica do "penso, logo existo" para definir uma certa racionalidade, Antonio Damasio vai além, vai para o "existo, logo penso". E aqui, estou com Damasio, não com Descartes. 
Pois então, gerido, nomeio os padrinhos deste BLOG. O padrinho, é meu amigo-irmão (ou o inverso, já nem sei) Paulo Ferrareze Filho, que há mais de 12 anos sabe-do-que-estamos-a-falar-e-ponto. A madrinha é a Alana. Só que ela não entenderá o porquê, mas talvez compreenda (um dia)!
Boa noite,

AMatzenbacher

3 comentários:

  1. Alexandre, chego "através" do Paulo e ao ler teus dizeres me lembrei das palavras de um grande amigo:

    "Os blogs não foram feitos para o desnudamento do ser, mas para manifestações do ente, do que está aí e é apreendido epidermicamente, superficialmente.
    Não somos, vias de regra, imagem e semelhança dos nossos blogs. Eles são meras janelas onde, muitas vezes, narcisicamente dançamos tais cronópios, dançamos por dançar, pela leveza dos nossos corpos sutis, dançamos a festa da finitude em homenagem aos deuses pagãos, que não salvam mas que celebram a vida."

    Dance Alexandre! Dance sem medo, dance ao som de suas músicas, no compasso dos seus passos, onde, como e com quem quiser.
    Sorte!
    um bjo pra vc

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  2. Lú, muito obrigado pela recepção! São novos passos para um novo dançar nas nuvens da vida...

    Érika! Na verdade, não somos estranhos um para o outro, e já acompanho teu blog há um tempo. Fico feliz em te ver por aqui. Lembro dessas palavras que ora me diriges, quando foram publicadas por ti. E com teu brinde a esses devaneios (ir)racionais que tento aqui inaugurar, minha coragem aumenta. Com certeza, nas classificação de Cortazár: um cronópio!

    Beijos e obrigado gurias,

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